Publicado 25/10/2025 15:27

AMP - Venezuela retira o passaporte de Leopoldo López e abre processo judicial para retirar sua nacionalidade

Archivo - Arquivo - Líder da oposição venezuelana, Leopoldo López
RICARDO RUBIO - EUROPA PRESS - Arquivo

MADRID 25 out. (EUROPA PRESS) -

O governo da Venezuela anunciou neste sábado a retirada, com efeito imediato, do passaporte do líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, residente na Espanha, bem como a abertura de um processo para a retirada de sua nacionalidade.

"O Ministério das Relações Exteriores e o SAIME (Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Estrangeiros) procederão imediatamente, de acordo com os procedimentos pertinentes, ao cancelamento do passaporte do mencionado", disse a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez em uma mensagem publicada nas redes sociais.

O próprio presidente venezuelano Nicolás Maduro entrou com um recurso no Supremo Tribunal de Justiça para retirar a nacionalidade de Leopoldo López, disse Rodríguez.

Rodríguez explicou que a petição se baseia no artigo 130 da Constituição venezuelana, que afirma que os cidadãos do país "têm o dever de honrar e defender a pátria, seus símbolos e valores culturais; salvaguardar e proteger a soberania, a nacionalidade, a integridade territorial, a autodeterminação e os interesses da nação".

O vice-presidente denuncia, portanto, "seu grotesco, criminoso e ilegal apelo à invasão militar da Venezuela, a promoção permanente do bloqueio econômico, bem como o apelo ao assassinato em massa de venezuelanos em cumplicidade com governos e inimigos estrangeiros".

"O Estado venezuelano tem recursos suficientes para garantir a integridade territorial e a soberania da República diante de potências estrangeiras e daqueles que querem minar a independência nacional", reiterou.

O próprio López respondeu a essa informação com uma mensagem publicada em sua conta no X, na qual garantiu que "Maduro quer tirar minha nacionalidade por dizer o que todos os venezuelanos pensam e querem: liberdade".

"O narcoditador Nicolás Maduro pediu à Suprema Corte que revogue minha nacionalidade venezuelana, fazendo de mim o primeiro cidadão nascido na Venezuela a ser destituído de sua identidade nacional", lamentou.

López disse que seu suposto crime é "dizer o que milhões de venezuelanos pensam e sentem: que depois de termos roubado a eleição em 2024, concordamos em seguir todos os caminhos para sair da ditadura". Portanto, ele reiterou "o que enfureceu o narcoditador".

"Concordo com o posicionamento dos Estados Unidos contra o Cartel dos Sóis, uma organização criminosa que se infiltrou em todas as estruturas do Estado e que há anos saqueia e oprime nosso país", disse ele.

Ele também afirmou que "concordo com o desenvolvimento de ações militares em território nacional com o objetivo de desmantelar o Cartel dos Sóis e aqueles que lideram essa rede criminosa que mantém a Venezuela refém". "Por tê-lo denunciado em 2014, fui condenado injustamente a 14 anos de prisão", disse ele.

Além disso, ele enfatizou que "concordo, assim como milhões de venezuelanos, em fazer o que for necessário - sempre de forma legítima, pacífica e constitucional - para acabar com a ditadura de Nicolás Maduro e avançar para uma transição democrática liderada pelo presidente legítimo e eleito, Edmundo González, com o apoio de María Corina Machado e milhões de cidadãos que não desistem".

López enfatizou que "Maduro pode tentar tirar minha nacionalidade, mas nunca poderá tirar o que eu sou: um venezuelano livre, comprometido com meu país e com a causa da liberdade". "Vamos seguir em frente. Maduro cairá em breve", reiterou.

O líder da oposição lembrou que, de acordo com a Constituição, "nenhum venezuelano nascido na Venezuela pode ser destituído de sua nacionalidade". Por outro lado, "a Constituição estabelece que os venezuelanos não nascidos na Venezuela podem ter sua nacionalidade revogada".

"Portanto, o ditador Nicolás Maduro, nascido na Colômbia, pode ter sua nacionalidade revogada. Mas isso será um detalhe que será resolvido quando ele deixar o poder, muito em breve", argumentou em referência à especulação sobre a possível origem colombiana do líder.

A Suprema Corte de Justiça da Venezuela, controlada pelos chavistas, decidiu em 28 de outubro de 2016 que Maduro "nasceu na cidade de Caracas". No entanto, eles também questionaram a nacionalidade da mãe de Maduro, pois se ela tivesse nascido na Colômbia, Maduro teria automaticamente dupla nacionalidade e, portanto, não estaria legalmente qualificado para se tornar presidente.

López, por sua vez, vive na Espanha desde outubro de 2020, depois de passar quase sete anos preso na Venezuela, e defendeu abertamente em várias ocasiões uma intervenção militar dos EUA na Venezuela, um cenário que ele considera "absolutamente legítimo", dado o "golpe de Estado" que, em sua opinião, Maduro perpetrou nas eleições de julho de 2024.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado