Publicado 24/11/2025 16:56

AMP - Venezuela critica a designação do "inexistente" Cartel dos Sóis como terrorista

Ele a considera uma "farsa ridícula" para justificar a intervenção militar.

Archivo - Arquivo - Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela
PRESIDENCIA DE VENEZUELA - Arquivo

MADRID, 24 nov. (EUROPA PRESS) -

O governo venezuelano declarou que a iniciativa dos Estados Unidos de incluir o "inexistente" Cartel dos Sóis em sua lista de grupos terroristas não passa de uma "farsa ridícula" para justificar uma "intervenção ilegítima", embora tenha enfatizado que ela fracassará, assim como o restante das ações "agressivas".

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, reagiu dessa forma à entrada em vigor na segunda-feira dessa designação, anunciada há uma semana, depois de já ter sido incluída na lista de sanções em julho.

"Uma mentira infame e vil para justificar uma intervenção ilegítima e ilegal contra a Venezuela, sob o formato clássico dos EUA de mudança de regime", reclamou o ministro venezuelano em uma declaração publicada em sua conta no Telegram.

"É uma tolice o governo venezuelano desperdiçar o valioso tempo do governo para ter que responder a essas infâmias e calúnias", disse Gil, referindo-se às teorias de que essa suposta organização criminosa é liderada pelo presidente, Nicolás Maduro, e pelo vice-presidente, Diosdado Cabello.

Gil instou Washington a "retificar" essa decisão, que faz parte de sua "política errática de agressão e ameaças" contra a Venezuela, em um momento em que navios norte-americanos pairam de forma intimidadora sobre as águas do Mar do Caribe, palco, no mês passado, de sua suposta luta contra as drogas.

Por sua vez, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, também acusou a nova "repetição" para justificar a agressão. "Hoje (o secretário de Estado) Marco Rubio saiu com mais uma repetição do Cartel de Los Soles, (dizendo) que agora é uma organização terrorista. Eles são ridículos! Eles se repetem e se repetem, e é por isso que eles vão de fracasso em fracasso", disse ele, de acordo com o portal de notícias venezuelano Últimas Noticias.

De acordo com Rodríguez, o verdadeiro objetivo da intervenção seriam os recursos naturais da Venezuela. "Eles dizem abertamente: querem as reservas de petróleo e gás da Venezuela, sem pagar. Eles querem o ouro, os diamantes, o ferro, a bauxita", disse ele.

Rodríguez pediu ao presidente equatoriano e ao empresário do setor de bananas Daniel Noboa que "olhem" para a presidência do Equador se realmente quiserem combater o tráfico de drogas. "Ele tem a principal empresa de exportação de cocaína do mundo, escondida em sua fábrica de distribuição de bananas. Setenta por cento da cocaína exportada passa pelo Equador", argumentou o líder venezuelano.

A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) também rejeitou a designação terrorista do cartel e sua tentativa de "vinculá-lo falsamente ao Estado venezuelano para justificar uma agressão contra o país e forçar uma mudança de governo".

"Essa operação, baseada em uma mentira grotesca, é uma manobra política errática que pode levar o governo dos EUA a cometer erros ainda mais graves, capazes de gerar cenários indesejáveis", argumentou a organização supranacional.

A ALBA é formada por Venezuela, Cuba e Nicarágua, além de outras nações do Caribe, como Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Santa Lúcia. Também tem três países observadores: Haiti, Suriname e Irã.

As opiniões divergem sobre a existência ou não dessa suposta organização de narcotráfico, que, segundo alguns especialistas, não tem hierarquia e não passa de uma rede de corrupção formada por políticos e membros de alto escalão das Forças Armadas venezuelanas que se beneficiam de acordos específicos com grupos de narcotraficantes.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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