Publicado 23/11/2025 01:35

AMP - Tóquio rejeita as acusações "infundadas" de Pequim após carta à ONU e pede mais diálogo

Archivo - Arquivo - 22 de setembro de 2025, Tóquio, Tóquio, Japão: A ex-ministra de assuntos internos Sanae Takaichi faz um discurso no início da campanha para a eleição presidencial do LDP em Tóquio, Japão, em 22 de setembro de 2025. Cinco legisladores e
Europa Press/Contacto/POOL - Arquivo

MADRID 23 nov. (EUROPA PRESS) -

O governo japonês rejeitou no sábado as alegações da China sobre a primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi, acusando-a de ter mudado a posição do Japão sobre a questão de Taiwan, e insistiu que a tensão bilateral, reacendida após uma carta enviada por Pequim às Nações Unidas no dia anterior, exige mais comunicação para evitar uma deterioração ainda maior da situação.

Tóquio descreveu como "totalmente infundadas" as acusações de Pequim sobre uma suposta mudança em sua posição em relação ao Estreito de Taiwan e garantiu que - longe de alterar sua linha política - o governo japonês permaneceu firme e consistente em todos os momentos. Isso foi explicado pela porta-voz do governo japonês, Maki Kobayashi, em declarações à margem da cúpula do G-20 em Johanesburgo (África do Sul), conforme relatado pela agência Bloomberg.

Kobayashi confirmou que estava ciente da carta enviada no dia anterior pela China ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e insistiu que o Japão já explicou "repetidamente" o significado desses comentários à China, reiterando que seu país continua "comprometido com o diálogo".

No entanto, a cúpula do G20 não foi suficiente, com a China descartando qualquer encontro entre Takaichi e o primeiro-ministro Li Qiang, embora os dois tenham se encontrado brevemente para a foto de família da cúpula.

As declarações de Maki Kobayashi são uma resposta à carta acima mencionada enviada pelo ministro das relações exteriores da China às Nações Unidas na sexta-feira. Na carta, Pequim alertou que tomaria medidas de autodefesa contra o Japão se Tóquio "ousasse intervir militarmente no Estreito de Taiwan", buscando consolidar o apoio internacional à sua posição na ilha, que a China considera parte de seu território.

Ambas as reclamações ocorrem em um cenário de crescente tensão entre Pequim e Tóquio, após declarações do primeiro-ministro japonês sobre a possibilidade de intervenção militar em Taiwan se o governo chinês atacar a ilha.

Na sexta-feira, Takaichi reiterou sua recusa em se retratar de seus comentários sobre Taiwan, como a China tem exigido repetidamente, e garantiu que seu país continuaria a agir da mesma forma no caso de uma crise de segurança regional.

As palavras do político ultraconservador japonês, que assumiu o cargo em outubro, levaram até mesmo o cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, a publicar uma mensagem que foi posteriormente excluída, na qual ele pedia para "cortar a garganta suja" do primeiro-ministro, a quem acusou de ter "atacado" as autoridades chinesas "sem um momento de hesitação".

Os esforços diplomáticos desta semana não deram frutos e a China já implementou medidas como aconselhar seus cidadãos a não visitarem o Japão, suspender as importações de frutos do mar japoneses e interromper a entrada de novos filmes japoneses.

O JAPÃO, EM GUARDA CONTRA QUALQUER CONFLITO

Por sua vez, o Ministro da Defesa japonês, Shinjiro Koizumi, declarou pouco depois que o Japão permanecerá em guarda contra qualquer possível conflito de segurança na região, enfatizando que a posição oficial do governo japonês sobre Taiwan não mudou.

Tanto o Ministério da Defesa quanto as Forças de Autodefesa - o exército - agirão de acordo com suas obrigações, "monitorando de perto a situação" na região, disse Koizumi em comentários relatados pela Bloomberg durante uma visita à ilha de Ishigaki, no sul do país, a cerca de 300 quilômetros de Taiwan.

A medida assumiu um significado especial na esteira da controvérsia gerada pelas declarações do primeiro-ministro Sanae Takaichi, que levantou a possibilidade teórica de um destacamento militar japonês caso a China atacasse Taiwan.

O ministro da defesa disse que, embora o Japão tenha tradicionalmente procurado evitar tensões, agora considera necessário aumentar seu poder de dissuasão em face dos desafios regionais. "Todos os dias percebo a seriedade do ambiente de segurança que cerca nosso país", acrescentou ele durante uma reunião com o prefeito de Ishigaki, de acordo com o mesmo jornal.

O Japão vem reforçando progressivamente as bases em suas ilhas do sul diante da crescente capacidade militar da China e da possibilidade de um conflito sobre Taiwan, uma ilha que Pequim reivindica como sua. Nesse contexto, a base da guarda costeira de Ishigaki foi descrita por Koizumi como a "linha de frente" da proteção da soberania marítima do Japão.

A partir dessa base, as patrulhas foram coordenadas nas Ilhas Senkaku, que a China chama de Diaoyu e também reivindica. Nos últimos anos, a China intensificou suas patrulhas na área, enviando frequentemente navios armados da guarda costeira para as águas ao redor dessas ilhas.

Os laços entre a China e Taiwan foram cortados em 1949, depois que as forças do Partido Nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para o arquipélago. As relações foram restabelecidas apenas em nível comercial e informal na década de 1980.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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