Publicado 30/07/2025 23:50

AMP - Supremo Tribunal Federal do Brasil defende sua "jurisdição exclusiva" sobre as sanções dos EUA contra o juiz De Moraes

Archivo - 22 de julho de 2024, Sao Paulo, Sao Paulo, Brasil: Sao Paulo (SP), 22/07/2024 - LIDE/SEMINÁRIO/JUSTIÇA/POLÍTICA - Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), participa do seminário ''Segurança jurídica: pilar de atração de i
Europa Press/Contacto/Leco Viana, Leco Viana

Lula chama de "inaceitável" a interferência dos EUA na justiça brasileira.

MADRID, 31 jul. (EUROPA PRESS) -

O Supremo Tribunal Federal (STF) demonstrou sua "solidariedade" ao juiz Alexandre de Moraes, que instrui o processo judicial contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2023) por tentativa de golpe, e defendeu suas decisões após as novas sanções impostas pelos Estados Unidos, argumentando que o julgamento de crimes como esse são de "competência exclusiva" do sistema judiciário brasileiro.

"A Corte manifesta sua solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes", diz a nota publicada em seu site, onde defende que "todas as decisões tomadas pelo investigador do processo foram confirmadas pelo órgão colegiado competente".

Nesse sentido, declarou que "o julgamento de crimes que impliquem em grave atentado contra a democracia brasileira é de competência exclusiva do sistema de justiça do país, no exercício independente de sua função constitucional", diante da imposição de sanções ao juiz pelo governo de Donald Trump por, supostamente e entre outras coisas, realizar "processos politizados, inclusive contra Bolsonaro".

O tribunal brasileiro advertiu que, nos processos criminais que envolvem o ex-presidente e outros por um golpe de Estado após as eleições de 2022 vencidas pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, encontrou "sérios indícios da prática de (...) crimes, incluindo um plano para assassinar autoridades públicas", em referência a Lula, ao vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, e ao próprio De Moraes.

"A Suprema Corte não se desviará de seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que garantem a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo", enfatizou o tribunal.

LULA CHAMA A INTERFERÊNCIA DOS EUA DE "INACEITÁVEL".

Por sua vez, o presidente brasileiro reagiu com uma mensagem em sua conta na rede social X, na qual classificou como "inaceitável a interferência do governo dos EUA na justiça brasileira" e expressou, assim como a Suprema Corte, a "solidariedade" de seu Executivo a De Moraes.

Lula assegurou que as sanções contra o magistrado são "motivadas pelas ações de políticos brasileiros que traem nosso país e nosso povo em defesa de seus próprios interesses", em meio à investigação judicial contra Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, por financiar um complô nos Estados Unidos para defender a inocência do ex-presidente.

"Um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Judiciário, e qualquer tentativa de enfraquecê-lo é uma ameaça ao próprio regime democrático", disse, ressaltando que "a justiça não é negociável".

Por outro lado, considerou "injustificável o uso de argumentos políticos" para apoiar as tarifas impostas por Washington, diante das quais anunciou "ações" para "apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras".

Entre esses argumentos do governo de Donald Trump, além do julgamento de Bolsonaro, estão também as medidas de Brasília e as decisões do Supremo Tribunal Federal que responsabilizam as plataformas de mídia social pelo conteúdo ilegal que seus usuários venham a publicar e obrigam a remoção de publicações com discurso de ódio, notícias falsas, mensagens antidemocráticas ou que incitem o suicídio, por exemplo.

Em resposta a isso, o presidente brasileiro enfatizou que "no Brasil, a lei é para todos os cidadãos e todas as empresas" e "não é diferente para as plataformas digitais". "A sociedade brasileira rejeita conteúdo de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a democracia", ressaltou.

As declarações de Lula e do STF vieram horas depois de o governo Trump anunciar sanções contra o juiz De Moraes, dizendo que ele "usou sua posição para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão".

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o juiz "arrogou para si o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas norte-americanas e brasileiras" e considerou que "ele é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados, inclusive contra Bolsonaro".

A nova medida ocorre poucos dias depois de o Departamento de Estado ter revogado o visto do juiz e de sua família imediata para a imposição de medidas cautelares contra Bolsonaro por financiar um complô nos Estados Unidos para defender sua inocência.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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