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"Eu apoio qualquer situação que ponha fim a uma ditadura", diz ele sobre uma possível intervenção dos EUA em solo venezuelano.
MADRID, 16 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, anunciou na terça-feira, da capital da Argentina, Buenos Aires, que propôs a vários países latino-americanos a abertura de um corredor humanitário para o retorno de migrantes a seus respectivos países de origem, particularmente à Venezuela.
"Precisamos de coordenação para abrir um corredor humanitário para devolver essas pessoas a seus respectivos países. Fomos muito bem recebidos nas conversas que tive com vários países sul-americanos", disse ele em declarações à imprensa da capital argentina.
Kast, que se reuniu durante o dia com o presidente argentino, Javier Milei, confirmou que havia conversado sobre o assunto com os presidentes do Panamá, Costa Rica, El Salvador, Peru e Equador, que concordaram que "a situação na Venezuela é inaceitável".
"Apoio qualquer situação que ponha fim a uma ditadura, uma narcoditadura. É claro que não podemos intervir nisso porque somos um país pequeno, mas somos vítimas do terror que vem com uma ditadura", disse ele, fazendo alusão às operações dos EUA contra traficantes de drogas no Caribe e à possível intervenção de Washington no território venezuelano.
O presidente eleito explicou, com relação à situação migratória, que quando um país "recebe imigração (irregular) que ultrapassa 11% ou 12% da população migrante". Isso "causa muitos danos aos habitantes do país", bem como ao próprio migrante.
Nesse sentido, ele culpou o aumento da migração irregular, especialmente da Venezuela, pelo fato de o Chile ser "economicamente mais estável, ter um sistema de saúde razoável, um sistema educacional razoavelmente bom", bem como "capacidade de moradia e segurança".
"Não temos nenhum problema em receber pessoas que vão trabalhar com um contrato estável, que se identificam na fronteira, mas essa imigração hoje nos coloca com mais de 300 mil pessoas dos mais de dois milhões de migrantes em situação irregular", explicou.
Kast indicou que eles sempre "respeitarão a lei e as regras estabelecidas". "A transparência é absolutamente necessária e é isso que a Controladoria Geral demonstrou ao revelar que nada menos que milhares de pessoas estavam abusando do sistema de saúde, tirando licenças pagas por todos os chilenos e saindo de férias", disse ele.
CANDIDATURA DE BACHELET
Além da questão da migração, Kast confirmou que terá uma reunião em dezembro com a ex-presidente Michelle Bachelet a respeito de sua candidatura para chefiar a Secretaria Geral das Nações Unidas.
"Vou me reunir com ela e depois isso também terá que ser analisado. A resolução não precisa ser imediata", disse Kast, acrescentando que "além das diferenças", ele "sempre" estará disposto a ouvir.
Bachelet, presidente do Chile por dois mandatos não consecutivos (2006-2010 e 2014-2018), está concorrendo para substituir o português António Guterres, 75 anos, que terminará seu segundo mandato como secretário-geral em 31 de dezembro de 2026.
Se for eleita, ela será a primeira mulher a ocupar o cargo nos 80 anos de história da organização e a segunda pessoa da América Latina, já que o peruano Javier Pérez de Cuéllar ocupou o cargo entre 1982 e 1991.
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