O presidente Sheinbaum garante que essas reclamações serão levadas em consideração.
MADRID, 30 abr. (EUROPA PRESS) -
Guerreros Buscadores de Jalisco, um coletivo de vítimas de desaparecidos, questionou a versão oficial da Procuradoria Geral do México sobre a Fazenda Izaguirre em Teuchitlán, que afirma que ela foi usada pelo Cartel de Jalisco - Nova Geração como um campo de treinamento e não como um crematório.
Raúl Servín, membro dessa organização, expressou sua discordância com a versão apresentada na terça-feira pelo procurador-geral, Alejandro Gertz Manero. É mais uma mentira do governo para nós, que estamos apenas buscando a verdade e a justiça", disse ele em uma entrevista à Radio Fórmula.
"Infelizmente, ele está fazendo um discurso que não tem validade", disse Servín, que criticou a suposta falta de vontade do procurador-geral em aceitar um convite da organização para mostrar a ele "o que havia dentro do rancho".
"Ele não teve a delicadeza de comparecer, nem de enviar uma pessoa em seu lugar. Agora ele está acreditando no que quer, mas não é a verdade", disse Servín, que anunciou que uma coletiva de imprensa será realizada em breve para negar a versão dada pelo procurador-geral.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, Gertz Manero descartou, com base nas provas e no trabalho dos peritos, que a referida fazenda tenha sido usada como local de extermínio e para fazer desaparecer o Cartel de Jalisco - Nova Geração, mas sim como local de operações e treinamento para novos membros.
No entanto, os Guerreros Seekers de Jalisco falam da existência de restos humanos encontrados dentro da fazenda, bem como de mais de 400 peças de roupa. "Há evidências de que pessoas foram queimadas lá", insistiu Servín, que expressou desapontamento com o governo mexicano. "Acreditávamos em sua palavra", lamentou.
Mais tarde, na quarta-feira, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, garantiu que entrará em contato com os Guerreros Buscadores de Jalisco para obter todas as informações que eles têm e para que possam cooperar na investigação.
"Vamos continuar ouvindo, recebendo os familiares, procurando as mães, e ver em particular a que se referem, e esclarecer, para que não haja dúvidas, o importante é a verdade, que não haja nada que permaneça no escuro como se algo estivesse sendo encoberto, a verdade tem que vir à tona", comentou ela em uma coletiva de imprensa.
Sheinbaum confirmou que recebeu a carta que esse grupo lhe enviou para questionar as afirmações do promotor Gertz Marero. "Eles me pediram para revisar o progresso que já haviam feito com um avião particular do Ministério Público, que eles têm outras informações", disse ela.
A presidente mexicana lembrou que a Promotoria atua como um órgão autônomo e que, como o resto do país, foi informada dos detalhes da investigação na apresentação feita pelo promotor na terça-feira, embora confie que as investigações possam ser ampliadas e que as mães dos desaparecidos continuem a ser ouvidas.
Em setembro de 2024, as forças mexicanas lançaram uma operação na fazenda que resultou em dez prisões e na libertação de duas pessoas. Outra também foi encontrada morta. No entanto, foi somente em março deste ano que o coletivo encontrou evidências de que a fazenda foi usada como campo de extermínio.
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