MADRID, 27 nov. (EUROPA PRESS) -
A Procuradoria Geral da Colômbia informou a suspensão provisória do general do Exército Juan Miguel Huertas e do agente da Direção Nacional de Inteligência (DNI) Wilmar Mejía por suas supostas ligações com dissidentes das extintas FARC, comandadas por Alexander Mendoza, conhecido como "Calarcá".
O procurador-geral, Gregorio Eljach, explicou que a suspensão provisória tem como objetivo evitar que eles interfiram na investigação anunciada pelo ministro da Defesa, Pedro Sánchez, no início desta semana.
Eljach detalhou que a suspensão, que tem duração de três meses e pode ser prorrogada, está em vigor desde quinta-feira e indicou em sua decisão, transmitida pelo canal Noticias RCN, que "não há recurso contra essa medida".
O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, garantiu que a decisão será cumprida. "Cumprimos e obedecemos a todas as decisões, à constituição e à lei. Rejeitamos e evitaremos qualquer ato ilegal dentro das instituições", disse ele em declarações à imprensa.
De acordo com uma investigação inicial da Caracol Radio, Huertas e Mejía supostamente propuseram a criação de uma empresa de segurança fictícia para permitir que o grupo armado contornasse os controles de segurança, a transferência de armas e a mobilidade de guerrilheiros, especialmente aqueles com mandados de prisão.
A trama se baseia no conteúdo de vários computadores apreendidos - juntamente com armas e dinheiro - do próprio "Calarcá" durante um posto de controle do exército em julho de 2024. Várias pessoas foram presas, mas depois libertadas, inclusive o próprio líder guerrilheiro, depois que a Procuradoria Geral da República disse que elas estavam agindo como gestores da paz. Mejía também teria vazado informações confidenciais.
O conteúdo de outras conversas era sobre o suposto papel de intermediário do vice-presidente Francia Márquez no financiamento do Estado-Maior Central (EMC) dissidente de "Iván Mordisco" e da campanha do presidente, Gustavo Petro.
Por sua vez, o presidente colombiano voltou a questionar na quinta-feira a veracidade do conteúdo dessas conversas. "As conversas publicadas (...) foram compostas", escreveu ele em sua conta no X, de onde exigiu um "exame forense" dessas conversas, já que a voz atribuída a Mejía em alguns dos áudios não é dele. "É um fato comprovado hoje", enfatizou.
Petro ressaltou novamente que o general Huertas deixou o exército antes de seu governo e só retornou há três meses, sugerindo assim que ele não poderia estar envolvido nesse suposto esquema. Ele também pediu que o Ministério Público explicasse por que levou 16 meses para iniciar a investigação.
O presidente colombiano ressaltou que já havia se encarregado de denunciar à Procuradoria Geral da República um total de seis empresas de segurança "ligadas a criminosos" que eram legais durante o governo anterior e nas quais "políticos e empresários duvidosos" estariam supostamente envolvidos.
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