Publicado 12/12/2025 20:58

AMP - EUA retiram De Moraes, o juiz que investiga o caso contra Bolsonaro, de sua lista de sanções

Archivo - Arquivo - O juiz brasileiro Alexandre de Moraes, durante uma entrevista para a Europa Press, em 29 de outubro de 2025, em Madri (Espanha). Este magistrado da Suprema Corte do Brasil é conhecido por liderar investigações sobre ameaças à democraci
Jesús Hellín - Europa Press - Arquivo

Eduardo Bolsonaro lamenta decisão do governo Trump

Lula elogia a medida como uma "vitória da democracia brasileira".

MADRID, 13 dez. (EUROPA PRESS) -

O governo dos Estados Unidos retirou de sua "lista negra" na sexta-feira o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes, instrutor do processo de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo qual ele já começou a cumprir uma sentença de 27 anos de prisão em um centro de detenção em Brasília.

O governo Trump justificou a inclusão do juiz em sua lista de sanções em julho como uma "caça às bruxas" no caso contra Bolsonaro, com base na Lei Magnitsky, pela qual os Estados Unidos se declaram habilitados a processar unilateralmente cidadãos estrangeiros com base em suas próprias suspeitas de que estejam cometendo atos de corrupção ou contra os direitos fundamentais de outros.

Na ocasião, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos não explicou por que decidiu retirá-lo da lista, que também inclui sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e uma empresa financeira familiar, da qual o juiz não faz parte, mas seus filhos.

A retirada de Moraes dessa lista faz parte da melhora nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil após as reuniões satisfatórias que Luiz Inácio Lula da Silva manteve nos últimos meses com Trump, que também eliminou grande parte das tarifas que impôs às exportações brasileiras.

Por outro lado, a família Bolsonaro recebeu essa decisão com "pesar". Eduardo, um dos filhos do ex-presidente com processos pendentes no Brasil e atualmente foragido nos Estados Unidos, lamentou em X essa mudança de postura de Trump, embora tenha evitado criticá-lo diretamente.

"Agradecemos o apoio de Trump durante todo esse processo e a atenção que ele deu à grave crise de liberdades que afeta o Brasil (...) Esperamos sinceramente que a decisão de Trump seja bem-sucedida na defesa dos interesses estratégicos do povo americano", escreveu.

"VITÓRIA DA DEMOCRACIA BRASILEIRA".

O presidente Lula aplaudiu a medida como uma "vitória da democracia brasileira" e revelou que a decisão foi tomada após uma conversa com seu colega norte-americano sobre o assunto: "Ele perguntou: 'É bom para você?' Eu disse a ele: 'Não é bom para mim, é bom para o Brasil e é bom para a democracia brasileira'".

O presidente brasileiro disse estar "muito feliz com esse reconhecimento", embora tenha ressaltado que "ainda há mais pessoas desaparecidas" e denunciado que "não é possível admitir que o presidente de um país possa punir, com suas próprias leis, as autoridades de outro país que estão exercendo a democracia".

"Sua vitória, Alexandre, é a vitória da democracia brasileira", reiterou Lula, lembrando a importância do Supremo Tribunal Federal no Brasil.

Por sua vez, De Moraes também comemorou a notícia como uma "vitória do judiciário brasileiro" e agradeceu a Lula pelos contatos com o governo dos EUA, bem como seu compromisso com a soberania brasileira "desde o primeiro momento".

"A verdade, graças ao empenho do presidente Lula e de toda a sua equipe, prevaleceu. E nós podemos dizer, com satisfação, com humildade, mas com satisfação, que foi uma vitória tripla", disse De Moraes em declarações relatadas pelo site G1.

O juiz destacou que se trata, em primeiro lugar, de um triunfo do Judiciário brasileiro, "que não cedeu a ameaças ou coações, e não cederá, e continuou com imparcialidade, seriedade e coragem". Ele também destacou a resolução de Trump como um sucesso para a soberania nacional e, finalmente, elogiou o fato de que essa decisão é, nas palavras de Lula, "acima de tudo, uma vitória da democracia".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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