Europa Press/Contacto/Bernd Elmenthaler - Arquivo
Wadephul pede que se "prepare para a possibilidade" de a Rússia lançar um ataque contra a OTAN após um acordo de paz na Ucrânia
BERLIM, 23 dez. (DPA/EP) -
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johan Wadephul, alertou contra a possibilidade de uma sensação de segurança se um acordo de paz for alcançado na Ucrânia, enfatizando que "em um futuro previsível, a segurança na Europa só pode ser alcançada se a segurança contra a Rússia for mantida".
Em declarações à agência de notícias alemã DPA, ele enfatizou que essa segurança só pode ser alcançada "a partir de uma posição de força, unidade dentro da aliança e forças armadas alemãs capazes", em meio aos esforços internacionais para chegar a um acordo para pôr fim à invasão russa na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.
O chefe da diplomacia alemã se recusou a especular sobre a probabilidade de o presidente russo Vladimir Putin usar um possível cessar-fogo para se preparar melhor para atacar o território da OTAN. "Só posso aconselhar que nos preparemos para a possibilidade de isso acontecer", disse ele.
Nesse sentido, ele argumentou que isso será possível por meio do desenvolvimento de estruturas de segurança dentro da OTAN e da reestruturação do pessoal e dos equipamentos das forças armadas alemãs em um exército que recupere a capacidade total de defesa nacional e coletiva.
"Não há motivo para reduzirmos nossos esforços. Pelo contrário", disse ele. "Só posso recomendar enfaticamente que não sejam feitas concessões em nenhum desses projetos e planos, porque somente uma posição de força nos trará maior segurança na OTAN e também na Alemanha", reiterou Wadephul.
O chefe da diplomacia alemã enfatizou que um sucesso militar russo na Ucrânia "representaria uma séria ameaça à OTAN", razão pela qual ele enfatizou que manter o apoio a Kiev continua sendo um interesse vital de segurança para a Alemanha. "Quanto mais estável for a situação de paz na Ucrânia, quanto mais cedo a Ucrânia puder salvaguardar seus próprios interesses, melhor será para a Europa como um todo", argumentou.
Além disso, ele enfatizou a necessidade de estabelecer garantias sólidas de segurança para Kiev, especialmente por parte dos Estados Unidos. "Isso implica, é claro, um compromisso e uma disposição genuínos por parte daqueles que prometem apoiar a Ucrânia caso a Rússia volte a invadir o país", disse ele, argumentando que a Ucrânia só poderia estar disposta a fazer concessões, incluindo possíveis concessões territoriais, se elas fossem acompanhadas por sólidos compromissos de segurança por parte do Ocidente.
Wadephul também destacou que os países europeus também teriam que fazer contribuições nesse sentido para que o acordo avançasse. "Discutiremos mais detalhadamente como essas contribuições devem ser estruturadas assim que alcançarmos um cessar-fogo e constatarmos que a Rússia está realmente disposta a considerar seriamente a paz", disse ele.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha também expressou suas reservas sobre a proposta do presidente do comitê de assuntos externos do Bundestag (câmara baixa do parlamento) sobre a nomeação de um enviado especial da União Europeia (UE) para a Rússia, embora tenha dito que estava aberto a incluir todas as estruturas europeias nas negociações.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático