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MADRID 26 nov. (EUROPA PRESS) -
As principais associações de transporte e de agricultores do México anunciaram nesta terça-feira uma extensão dos bloqueios de estradas em mais partes do país do que no dia anterior, quando chegaram a 22 estados, após a falta de acordo com o Ministério do Interior, que eles culparam por uma "falta de vontade política".
"Eles nos pediram para liberar as rodovias, as pontes internacionais e a alfândega antes de continuarmos a conversar. Dissemos a eles que primeiro definissem com o que estavam se comprometendo. Eles não responderam nada. Não houve vontade política", lamentou Eraclio "Yaco" Rodríguez, líder da Frente Nacional para o Resgate do Campo Mexicano (FNRCM), em declarações relatadas pelo jornal 'El Sol de México' ao final de uma reunião que durou mais de quatro horas.
De acordo com o jornal, Tonatiuh Ramírez, funcionário do Ministério do Interior, deixou os escritórios para pedir aos representantes que retomassem as negociações.
Mesmo assim, Rodríguez reclamou que, embora a reunião tenha contado com a presença de funcionários da Agricultura, Economia, Comunicações e Transporte e da Comissão Nacional da Água, nenhum deles quis assumir compromissos mínimos, nem mesmo em relação aos pagamentos devidos desde o ano passado a agricultores de até nove estados. "Isso demonstra a falta de sensibilidade do governo", disse o sindicalista, que acusou diretamente o subsecretário do Interior, César Yáñez, de "romper o diálogo" ao exigir como condição a retirada imediata dos bloqueios.
Enquanto isso, a Associação Nacional de Transportadores (ANTAC) continua a exigir medidas urgentes de segurança diante do aumento de assaltos, sequestros e assassinatos de caminhoneiros. "Estamos sendo extorquidos pelas polícias estaduais, municipais e ministeriais que entram nas rodovias federais sem poderes. Exigimos a retirada desses órgãos e uma maior presença da Guarda Nacional", disse a organização.
Após o fracasso das negociações, a FNRCM anunciou que os bloqueios aumentarão de 28 pontos para quase 40, espalhados por 25 ou 26 estados. "Só vamos nos retirar se formos expulsos pelo exército ou pela polícia. Vamos ficar até que haja uma solução real na mesa. Não podemos ficar lá a vida toda, mas hoje não há condições de negociação", afirmou.
Por sua vez, o Ministério do Interior divulgou um comunicado na rede social X no qual "pede aos produtores agrícolas e transportadores que estão bloqueando trechos de estradas que se sentem e conversem em uma mesa de trabalho para chegar a acordos e evitar afetar a população". Nesse sentido, acusaram "os manifestantes" de não aceitarem "a realização de mesas de trabalho, nem (...) a liberação das estradas bloqueadas".
"A autoridade reconhece sua obrigação de atender a toda a população, ouvir suas demandas e buscar soluções alternativas; mas também está claro que aqueles que se manifestam devem agir de forma responsável e evitar prejudicar a vida e as atividades dos cidadãos", disse a organização, rejeitando os bloqueios de estradas que, por enquanto, não têm sinais de terminar.
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