Publicado 11/11/2025 02:29

Abertas as seções eleitorais para as eleições legislativas do Iraque

BAGDÁ, 10 de novembro de 2025 -- Um homem olha para um cartaz de campanha para as próximas eleições parlamentares do Iraque em Bagdá, Iraque, em 3 de novembro de 2025. PARA IR COM "Carta do Oriente Médio: Grandes riscos, grandes esperanças - iraquianos no
Europa Press/Contacto/Khalil Dawood

MADRID 11 nov. (EUROPA PRESS) -

Nesta terça-feira, às 7h (horário local, 5h na Espanha continental), as 8.703 seções eleitorais abriram para a votação nas eleições legislativas no Iraque, onde mais de 20 milhões de eleitores foram convocados para as urnas, informou a Comissão Eleitoral Iraquiana.

Um total de 39.285 seções eleitorais será distribuído entre os locais de votação, que estarão abertos para as 20.063.773 pessoas com direito a voto no país, informou o órgão eleitoral à agência estatal de notícias INA, até as 18 horas (horário local, 16 horas no horário peninsular espanhol).

As eleições de terça-feira no Iraque refletirão, em parte, a realidade de um país que ainda é prejudicado pela guerra e pela ameaça do jihadismo, e que não está totalmente resignado a desempenhar o papel de peão regional entre os Estados Unidos e o Irã: Embora o sectarismo sunita, xiita e curdo continue a dominar as tendências de votação, os iraquianos persistem em exigir do governo condições de vida minimamente aceitáveis, um fator importante em uma eleição em que o bloco xiita Framework for Coordination, que colocou o primeiro-ministro Mohamed Shia al Sudani no poder, é o favorito na ausência do grande vencedor das últimas eleições, o clérigo Muqtada al Sadr.

O aspecto internacional mais importante dessas eleições é a influência do Irã, a grande potência xiita da região, na política iraquiana. Isso se traduz duplamente, primeiro no nível político, por meio da aliança mencionada acima, e depois no nível de segurança, onde a influência de Washington é mais sentida, como demonstrado na recente conversa entre Al Sudani e o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que instou o presidente a restringir imediatamente as ações da coalizão de milícias xiitas agrupadas nas Forças de Mobilização Popular (PMF).

Bagdá considera as milícias essenciais para manter o controle interno do país, apesar de sua tendência a usar violência excessiva para reprimir manifestações contra as autoridades, como foi o caso em 2019 com o esmagamento do movimento social "Tishrin". Os EUA os veem diretamente como uma extensão armada do Irã. Vários de seus grupos estão sob sanções americanas, acusados de organizar ataques contra as forças militares americanas remanescentes no Iraque e na Síria sob as ordens de Teerã.

Al Sudani tentou reduzir sua influência com esforços tímidos, como a demissão de dois comandantes após um ataque em julho a uma sede do Ministério da Agricultura, mas essas decisões contrastam fortemente com os esforços, até agora sem sucesso, da Estrutura de Coordenação para multiplicar seu poder por meio de uma iniciativa para transformar a PMF em uma força de segurança totalmente independente.

UMA COALIZÃO DIVIDIDA

No entanto, há divisões profundas dentro da Estrutura de Coordenação, representadas na guerra por procuração entre al-Sudani e uma subcoalizão liderada pelo ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki, o Estado de Direito, a terceira força mais votada nas últimas eleições de 2021. Al Maliki, até certo ponto, aceitou as críticas que o poderoso Al Sadr argumentou para boicotar as eleições: a corrupção e o abuso de poder dentro do governo de Al Sudani se tornaram um obstáculo insustentável para o progresso do Iraque.

Além disso, destacam os especialistas do Atlantic Council, o Rule of Law criticou repetidamente a situação precária dos serviços públicos do atual governo, as relações de Al Sudani com o novo regime sunita na Síria e as relações cordiais entre o primeiro-ministro e outros países árabes, que membros influentes das forças armadas consideram hostis à supremacia xiita no Iraque.

Al Sudani, ciente das críticas, construiu sua campanha eleitoral com base em suas realizações práticas, alegando ter criado cerca de 700.000 empregos no setor público desde que assumiu o cargo há três anos, a fim de ganhar tempo para promover uma agenda de reformas e evitar uma repetição dos protestos e da violência que eclodiram em 2019. Esse ambicioso programa tem como alvo especial os iraquianos com menos de 25 anos de idade, que representam cerca de 60% da população do país (cerca de 47 milhões), que ele quer reorientar para o setor privado.

Ele também quer simplificar as regulamentações para atrair mais investimentos estrangeiros, especialmente em setores não petrolíferos, como manufatura, agricultura e turismo. Ele está ciente do fato de que é o chefe de governo do segundo maior produtor de petróleo da OPEP.

UM FUTURO DE ALIANÇAS

A subcoalizão Construction and Development (Construção e Desenvolvimento), liderada por Al Sudani, tem pouca chance de conquistar a maioria dos 329 assentos na legislatura, mas, de acordo com o sistema iraquiano, nenhum partido pode formar um governo sozinho, o que implica um processo complexo e muitas vezes demorado de formação de alianças.

De acordo com um acordo de compartilhamento de poder adotado após a invasão dos EUA em 2003, que derrubou o regime de Saddam Hussein, o primeiro-ministro deve pertencer à maioria xiita do país, enquanto o presidente do parlamento deve ser sunita e a presidência, um cargo amplamente cerimonial, é reservada aos curdos.

Esse quadro complexo será esclarecido, em parte, quando os quase 21 milhões de iraquianos aptos a votar na terça-feira votarem em mais de 7.750 candidatos, quase um terço deles mulheres. O comparecimento inicial para a votação especial de domingo, reservada às forças de segurança, foi animador: 82,4% dos quase 1,3 milhão de policiais e militares aptos a votar votaram, um recorde histórico, mas a população civil, sem disciplina de votação, é outra questão.

Nesse sentido, os observadores não descartam a possibilidade de que o comparecimento às urnas possa cair abaixo da baixa histórica de 41% em 2021, o que seria uma verdadeira derrota para as aspirações do Iraque, pois seria o melhor exemplo da apatia e do ceticismo dos eleitores em relação ao futuro do país.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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