Oscar J. Barroso / AFP7 / Europa Press - Arquivo
MADRID 10 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente da LaLiga, Javier Tebas, lembrou nesta quarta-feira que "o sétimo mandamento de Moisés era 'não roubarás'", de modo que desde então "existe legislação para lutar contra a pirataria", embora detecte que "não se conhece bem" esse "problema complexo", enquanto comemorou que o crescimento de 10% dos direitos audiovisuais na Espanha se deve à redução "em 60%" da pirataria.
"Obtivemos esse aumento de quase 10%. Estamos falando de um montante de 1,4 bilhão de dólares por temporada, multiplicado por 5, ou seja, cerca de 6 bilhões. E em outro contexto, que é o de que todas as competições nacionais na Europa, as principais competições têm diminuído ou não têm crescido", disse o presidente em discurso na Cúpula Mundial de Futebol de Riad.
E Tebas deixou claro que isso "não é fruto do acaso" ou "do mercado, porque na Espanha as grandes empresas de tecnologia não entraram de maneira forte na compra". "É motivado por uma luta muito importante contra a pirataria, nós a reduzimos no último ano em 60% no mercado nacional, e os outros 40%, pelo trabalho que tem sido feito com os clubes na melhoria do produto audiovisual e, portanto, as pessoas estão muito mais atentas", explicou.
"Conseguimos que os minutos que não são do jogo, antes e depois da partida, aumentassem o consumo quase duas vezes mais. 35% das pessoas que assistem a um jogo estão lá 40 minutos antes e ficam 40 minutos depois. Para um operador audiovisual, esses são números muito bons", aplaudiu.
E o fato é que "a LaLiga quer estar na vanguarda da tecnologia e da inovação há anos". "Fomos os primeiros a colocar câmeras aéreas em todos os estádios, os primeiros a colocar gráficos ao mesmo tempo que a câmera aérea, ninguém mais faz isso", afirmou.
Quanto à nova maneira de consumir, Tebas abordou o papel da "Geração Z". "Alguns deles já são avós", brincou. "O jovem envelhece, fica mais velho e acaba pagando pela assinatura do jovem, por isso toda a cadeia de valor tem que ser bem estudada", alertou.
"Já estamos fazendo uma segunda produção de jogos com várias câmeras, que é mais o que a geração abaixo de 21 anos parece querer, com mais possibilidades para mais câmeras, mais interação com um bate-papo. E para que haja uma conexão real com o consumidor, neste caso com os jovens, temos que ter ainda mais desenvolvimento OTT em nível tecnológico", disse ele.
Com relação à pirataria, Tebas admitiu que "a fragmentação do futebol em tantas plataformas" causa esse problema. "Assim como faz com que um usuário espanhol registrado na plataforma de futebol viaje para um país e não consiga se conectar, tendo que encontrar uma solução para esse problema", disse ele.
"O que estamos fazendo é, em primeiro lugar, saber como funciona a pirataria. Há muitos atores. Nós seguimos cada linha estrategicamente de uma maneira diferente porque não é a mesma coisa. O que mais estamos trabalhando agora é essa parte final, como o consumidor pirata se conecta para ver o consumo pirata por meio das empresas de telecomunicações. Esse é o sucesso na Espanha, tivemos uma decisão judicial que bloqueou o acesso do consumidor pirata ao IP", revelou.
Ele advertiu que "o mundo da pirataria é um mundo tecnológico" e que há "grandes empresas de pirataria muito mais avançadas do que muitas das principais emissoras de televisão". "O negócio deles é roubar, eles têm que estar preparados para roubar. E quando a legislação for publicada, já estaremos atrasados", lamentou.
"O problema é que, às vezes, até eu percebo que o complexo problema da pirataria não é bem compreendido. Há empresas como o Google, a Cloudflare e a Amazon, que também são parte importante do problema, e é difícil tomar medidas legislativas contra essas grandes corporações de tecnologia", continuou.
Tebas deixou claro que a pirataria "ainda faz parte do negócio deles", porque "eles os consideram como autoestradas". "Mas a rodovia não pode ser para o narcotraficante andar por aí com as drogas e ninguém dizer nada. A legislação está avançando lentamente, mas estamos progredindo. O sétimo mandamento de Moisés era "não roubarás". Bem, desde Moisés existe uma legislação para acabar com a pirataria", defendeu ele.
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