Publicado 02/12/2025 07:38

Parsons: "Os Jogos Paraolímpicos são um exemplo de como o mundo deveria ser e uma mensagem para os líderes mundiais".

Archivo - Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, participa de sua coletiva de imprensa no Hotel Ilunion Atrium em 10 de dezembro de 2024, Madri, Espanha.
Dennis Agyeman / AFP7 / Europa Press - Arquivo

MADRID 2 dez. (EUROPA PRESS) -

O presidente do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), Andrew Parsons, deixou claro que os Jogos Paraolímpicos "são um exemplo de como o mundo deveria ser" e também "uma mensagem para os líderes mundiais" quando se trata de resolver conflitos, lembrando que a Rússia e Belarus foram suspensas por terem usado o movimento para "promover" a invasão da Ucrânia.

Em entrevista à Europa Press por ocasião da contagem regressiva de 100 dias para os Jogos Paraolímpicos de Inverno em Milão e Cortina d'Ampezzo (Itália), Parsons enfatizou que nesse evento há "pessoas de todo o mundo que falam idiomas diferentes, que têm culturas e religiões diferentes e que pensam de forma diferente sob o mesmo teto e em um ambiente de competição muito competitivo".

"Eles estão lá para vencer e todos em paz, comendo e vivendo juntos, juntos na Vila, um lugar que é acessível e diversificado, o que significa que isso pode ser feito. A Vila Paraolímpica e os Jogos Paraolímpicos são um exemplo para o mundo de como o mundo deveria ser", disse ele.

O dirigente acredita que "é possível" alcançar essa convivência e, para isso, vê que "é muito importante criar condições, negociar, fazer as coisas". "Mas é uma mensagem para os líderes mundiais que se é possível no Movimento Paralímpico, se é possível no esporte, porque nos Jogos Olímpicos acontece algo semelhante, por que não na sociedade, por que não no mundo?

Em setembro passado, a Assembleia de seu órgão levantou a suspensão da Rússia e da Bielorrússia, mas as respectivas federações esportivas a mantiveram e os atletas desses dois países não poderão participar de Milão-Cortina d'Ampezzo. "Sou presidente da organização e acredito na democracia, sou um democrata convicto. Nossos membros tomaram a decisão e agora cabe a mim, como presidente, implementá-la", disse o brasileiro.

Ele deixou claro que sua opinião pessoal sobre se os atletas russos e bielorrussos devem ser autorizados a participar "não é importante no momento" e que ele conhece e entende "a reação" que as pessoas têm a essa questão. "As pessoas devem expressar suas opiniões, sempre de forma respeitosa, como estão fazendo, mas o que eu posso dizer é que durante a assembleia, muitas pessoas, e eu não posso justificar o voto de ninguém, nem de um lado nem de outro, discutiram muito por que só a Rússia e a Bielorrússia", disse.

"É importante que nossos membros entendam, e nós explicamos isso a eles, e também à imprensa e aos governos, que a Rússia e a Bielorrússia não foram suspensas porque estavam em conflito, porque invadiram um país ou porque não respeitaram a Trégua Olímpica. Eles foram suspensos e tomamos medidas contra eles porque estavam usando o Movimento Paraolímpico para promover a invasão da Ucrânia, o que eles chamaram de operação especial. E isso é proibido de acordo com nossos estatutos", argumentou.

Essa "é a diferença" entre esses países e "todos os outros que estão em conflito", mas Parsons disse que eles não usaram os "símbolos" ou "atletas" do movimento que ele lidera "para promover qualquer uma de suas atividades bélicas ou militares".

UM NOVO MANDATO DE QUATRO ANOS

Em setembro passado, Parsons também foi reeleito para um novo mandato de quatro anos como presidente do TPI, "uma oportunidade para finalizar a implementação de coisas" que ele iniciou nos dois mandatos anteriores, mas "também para começar coisas novas".

Nesse sentido, desde que assumiu a presidência do órgão em 2017, ele considera que o comitê "construiu uma relação mais próxima com o movimento de direitos humanos das pessoas com deficiência". "Somos esporte, esporte e esporte e acho que isso foi necessário para consolidar os Jogos e o Movimento Paralímpico como algo relevante", disse.

"Mas desde 2017, para mim, ficou claro e continua claro que temos que fazer um movimento que também impulsione outras questões sobre pessoas com deficiência. Usar os Jogos como uma ferramenta para essas discussões e avançar. Acho que ainda temos que nos consolidar nesse espaço. Sempre dizemos que somos o evento esportivo mais transformador do mundo e queremos, no futuro, ser o evento mais transformador. É muito ambicioso, mas é algo que queremos e estaremos lá nesse espaço", disse o brasileiro.

Há também "coisas novas" planejadas, como o trabalho de desenvolvimento com o apoio da Fundação Toyota para oferecer "oportunidades para atletas que vivem em países em desenvolvimento, para fortalecer os comitês paraolímpicos nessas partes do mundo que ainda são muito pequenas e muito frágeis". "Para ver como eles podem oferecer melhores serviços a seus próprios atletas", disse ele.

"Há também esse trabalho de impacto. Temos uma oportunidade incrível com os Jogos de Los Angeles 2028. Os Estados Unidos são um país muito importante para muitas questões, como televisão ou questões comerciais, mas também é um país que tem muita influência no mundo e ter uma posição mais significativa lá é importante para o Movimento Paralímpico e acho que isso nos dá essa grande possibilidade", continuou.

Parsons também quer trabalhar para "trazer um pouco mais de tecnologia" a fim de "apoiar o trabalho dos classificadores, tornando-o mais eficiente e também para ter mais possibilidades de fazê-lo em outras partes do mundo". "A classificação é algo que sempre foi minha prioridade e acho que já fizemos muito, mas ainda há muito a fazer", disse ele.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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