O ministro do Interior confessou que há clubes que "colaboram mais do que outros" na luta contra a violência.
MADRID, 11 abr. (EUROPA PRESS) -
O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, defendeu o trabalho de prevenção e ação do Governo e das forças de segurança na luta contra a violência no esporte, para que todas as partes estejam envolvidas na "criação da sociedade", com cada vez mais sanções e melhores meios, apesar de "haver clubes que colaboram mais do que outros" na complicada realidade do futebol.
"Não devemos partir da premissa de que isso é impossível. Isso pode e deve ser feito (para acabar com a violência). No esporte há um grande número de pessoas e isso pode fazer com que os covardes tentem se esconder na multidão, é isso que eles fazem. Eles contradizem os valores do esporte", disse ele na quinta-feira em uma entrevista ao El Larguero, da Cadena Ser, relatada pela Europa Press.
Grande-Marlaska falou sobre os avanços desde 2007 e o recém-apresentado Terceiro Plano de Ação para Combater Crimes de Ódio 2025-2028. "O trabalho está em andamento há algum tempo. A lei sobre o esporte contra a violência, o racismo, a xenofobia e a intolerância no esporte data de 2007. Temos uma comissão antiviolência e a cada ano há mais sanções", disse ele.
"Desde que assumimos o governo em 2018, estamos no terceiro plano de ação. Uma das muitas preocupações era garantir a coexistência. Vimos que o discurso de ódio precisava ser combatido diretamente. Agora que o concentramos na esfera esportiva, ele estava adquirindo uma dimensão que não podíamos tolerar em uma sociedade democrática", acrescentou, destacando o alto-falante negativo, nesse caso, das redes sociais.
Por outro lado, o Ministro do Interior detalhou alguns dos progressos realizados com esse 3º Plano de Ação. "Não estamos começando do zero. Muito está sendo feito. Temos a figura do coordenador de segurança, unidades de controle em todas as áreas, com meios tecnológicos específicos. Para que os bandidos saibam, temos câmeras que podem conter mais de 90.000 pessoas no Camp Nou, ou mais de 70.000 no Bernabéu, e podemos individualizar cada uma dessas pessoas e o que elas estão fazendo naquele momento", revelou.
O chefe do Ministério do Interior disse que valorizava a reunião de 27 de março com a LaLiga para "elaborar um protocolo e progredir a fim de ter os meios". "Há alguns clubes que são mais cooperativos e outros que não são tão cooperativos quanto gostaríamos. Há clubes que se conscientizam da importância dessa colaboração, e que não abrir os olhos não ajuda o esporte ou seu patrimônio ético", disse ele.
"Estou interessado em adicionar clubes que percebam a importância de se envolverem. Há alguns que estão trabalhando com muita seriedade. Se formos às propostas de sanção, podemos ver isso. Todos nós temos que nos envolver, queremos criar uma sociedade", acrescentou, esperando que os clubes também se preocupem com "o que acontece fora" dos estádios, onde as unidades especiais da Polícia Nacional e da Guarda Civil também trabalham.
Além disso, o ministro lembrou o trabalho de prevenção, sem esquecer a "realidade" do futebol. "Existe um protocolo de prevenção. A eficácia de nossa Polícia e Guarda Civil se deve ao fato de que há protocolos e há prevenção. Não podemos tirar o público para garantir a segurança, mas temos o direito de exigir que os eventos esportivos não sejam um bar livre para o ódio, porque essa segurança é paga por todos os espanhóis", disse.
Por fim, Marlaska comentou as declarações feitas por Vinícius, jogador do Real Madrid que foi vítima de insultos racistas em várias ocasiões, sobre a imagem da Espanha. "Isso me machucou um pouco, como cidadão espanhol. Ele disse bem, ele disse uma minoria, mas não devemos ser identificados por uma minoria. Não devemos deixar que o 1% determine como o resto de nós é descrito", disse ele.
"Estamos avançando, estamos colocando em prática os meios necessários. O futebol não faz parte do Colégio de Psicólogos; para terapias, há outros lugares para ir. Antes, não havia cooperação, havia radicais protegidos em todos os campos de futebol. Temos de continuar a progredir muito mais até que seja totalmente erradicado", concluiu.
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