"Nem me atrevi a dizer ao Flick que estava indo embora".
MADRID, 16 out. (EUROPA PRESS) -
O zagueiro internacional Iñigo Martínez relembrou na quarta-feira sua saída do FC Barcelona e a polêmica que se arrastou na seleção espanhola "por ser basco" e "apoiar a independência", assim como quando usava a estelada catalã.
"Sim, eu ainda assisto ao futebol espanhol. O Barça, quer Iñigo Martínez esteja lá ou não, a linha defensiva está bem coberta", disse ele em uma entrevista ao El Partidazo, do Cope, captada pela Europa Press. O zagueiro basco deixou o Barcelona no verão passado para se juntar ao Al-Nassr, uma oferta que ele não pôde recusar.
"Essas ofertas chegam e, em um ano, um time o quer e, no ano seguinte, não o quer, então era entrar no trem ou não. Com a idade que eu tinha e o que eu havia conquistado no Barça, decidi que o ideal era dar um passo para o lado e aproveitar outro país, outra experiência e outra cultura", disse ele.
Martínez destacou a pressão de jogar na Primera. "Estou na Primera División há 15 anos e já faz muito tempo. É preciso estar sempre alerta e não temos noção da pressão de ser um jogador do Barça. Você não pode perder um único tempo e isso o afeta. Já não basta ter qualidade, é preciso ser um atleta", explicou.
Por outro lado, o ex-jogador do Barça confessou que foi difícil para ele contar a Hansi Flick, seu técnico, sobre sua decisão de sair. "A relação com Flick era excepcional e eu tentei lhe dar tudo o que ele me deu. Eu gosto muito dele e tenho um bom relacionamento com ele. Para ele, eu era um jogador importante e, quando saí, o quebra-cabeça se desfez um pouco sem que ele esperasse. Nem me atrevi a dizer ao Flick que estava saindo", disse ele.
O zagueiro basco também elogiou Lamine Yamal. "Eu tinha um relacionamento especial com Lamine. Ele me via como um pai, como uma referência no vestiário. Agora estamos vendo um Lamine que não tem consciência da mochila que carrega com a idade que tem, porque ele praticamente tem que puxar o time. O bom dele é que sua cabeça está muito focada. Ele é um garoto, e a verdade é que não sei como ele faz isso, porque eu não estaria preparado para atuar da maneira que ele faz na idade que tem", disse.
Por outro lado, Martínez explicou que sempre esteve disposto a jogar pela Espanha, depois de algum tempo afastado por lesão, e apesar de seu apoio à causa da independência basca e catalã. "Se eu não quisesse ir, teria sido o primeiro a dizer isso. Uma coisa é eu pensar, acreditar ou ser a favor de um povo onde a maioria sente que pode ser livre para administrar o território como quiser", disse ele.
"Isso não significa que, por ser a favor da independência ou por apoiá-los de certas maneiras ou em certos aspectos, eu não precise ir à seleção nacional. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Certamente, as pessoas estão unidas nessas coisas porque sou basco. Tanto no País Basco quanto na Catalunha há uma identidade muito forte e isso merece respeito, nada mais", acrescentou Martínez que, aos 35 anos, não fecha a porta para ser convocado, embora saiba que há outros à sua frente.
"Sempre em paz e com respeito. Isso não significa que, por ter carregado essa bandeira, eu não queira ir para a seleção nacional. Se você me perguntar quem eu quero que ganhe (a Copa do Mundo), obviamente vou dizer a Espanha, porque tenho muitos amigos, estive lá, competi pela Espanha e acho que nunca me escondi, sempre fui para a frente e, na verdade, conversei com o técnico, desejo a ele o melhor e é isso", finalizou.
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