Publicado 11/04/2025 06:04

Von der Leyen tem como alvo os gigantes da tecnologia dos EUA se as negociações tarifárias de Trump fracassarem

Archivo - 11 de março de 2025, França, Estrasburgo: Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, discursa no Parlamento Europeu. Os eurodeputados vão discutir o futuro da defesa europeia com von der Leyen e o presidente do Conselho da UE, Costa,
Philipp von Ditfurth/dpa - Archivo

BRUXELAS 11 abr. (EUROPA PRESS) -

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou nesta sexta-feira a possibilidade de taxar as grandes empresas tecnológicas americanas como parte da retaliação que a União Europeia poderia ativar se as negociações entre Bruxelas e Washington não conseguirem pôr fim à guerra tarifária lançada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

É o que ele diz em uma entrevista ao Financial Times, na qual afirma que a primeira opção é negociar um acordo "totalmente equilibrado" durante o período de 90 dias estabelecido como trégua, mas ao mesmo tempo adverte que o bloco já está trabalhando nas opções permitidas pelo novo instrumento anti-coerção para se defender contra pressões econômicas estrangeiras que buscam desestabilizar a UE.

A chefe do executivo da UE não dá detalhes, mas ressalta que há uma "ampla gama de contramedidas" se, após as conversações, "as negociações fracassarem" e acrescenta que um "exemplo" de como usar o mecanismo anti-coerção seria "impor um imposto sobre a receita de publicidade" coletada pelos serviços digitais americanos na União Europeia.

Alguns dos ministros de comércio da UE que se reuniram na última segunda-feira apontaram essa opção como uma medida de retaliação caso a escalada tarifária avançasse, e o comissário de comércio, Maros Sefcovic, disse na ocasião que "todas as opções estavam sobre a mesa", sem entrar em detalhes sobre a estratégia comum.

Países como a França têm defendido nas últimas semanas a taxação de "bens e serviços, incluindo as cinco grandes plataformas, as "GAFAMs" - Google (Alphabet), Apple, Facebook, Amazon, Microsoft - como disse a porta-voz do Eliseu, Sophie Primas, em uma entrevista à RTL em 3 de março; embora ela tenha ressaltado que o diálogo seria buscado primeiro e que, de qualquer forma, essa gama de medidas retaliatórias não seria apresentada até "o final do mês".

De qualquer forma, o cronograma indicado pela porta-voz francesa foi suspenso após o anúncio de Bruxelas, na quinta-feira, de congelar a ativação da primeira rodada de tarifas que planejava começar a aplicar a partir da próxima terça-feira, 15 de abril.

Essa rodada, de 25% sobre cerca de 21 bilhões de euros em compras dos Estados Unidos em resposta à sobretaxa de 25% que os Estados Unidos continuam a cobrar sobre as importações europeias de aço e alumínio, está suspensa por 90 dias, apesar de Washington manter suas tarifas como um gesto para "dar uma chance às negociações".

O executivo da UE também informou que não apresentará sua proposta para a segunda rodada de retaliação na próxima semana, conforme planejado, em resposta aos 25% sobre carros que ainda estão em vigor e às tarifas indiscriminadas que Trump reduziu no caso da UE de 20% para 10% por 90 dias. Sua preparação "continua", mas no momento "nenhum anúncio será feito", disse um porta-voz da UE, para "dar espaço" ao diálogo.

PONTO DE INFLEXÃO

Questionada sobre o impacto da guerra comercial lançada por Trump, Von der Leyen admite que ela representa um "ponto de inflexão" para o comércio internacional e para as relações entre a União Europeia e os Estados Unidos, para as quais "não há como voltar ao 'status quo'".

"Não há vencedores nisso, apenas perdedores", defendeu a chefe do executivo da UE, em referência às quedas nos mercados de ações internacionais: "Vimos o custo do caos, o custo da incerteza que estamos vivendo hoje será muito duro".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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