RAMÓN COMET - EUROPA PRESS - Arquivo
BRUXELAS 12 dez. (EUROPA PRESS) -
Os negociadores do Parlamento Europeu e do Conselho (governos) concordaram na sexta-feira em exigir que os novos carros incorporem pelo menos 25% de plástico reciclado em sua composição - com uma fase intermediária de 15% em seis anos.
A iniciativa faz parte de uma reforma que também proibirá a exportação de veículos que não estejam mais em condições de rodar na UE, com o objetivo de recuperar materiais críticos e avançar em direção a uma economia circular no setor automotivo.
"Em um momento em que o acesso a matérias-primas está sob crescente pressão global, fazer melhor uso dos valiosos recursos contidos em nossos carros antigos é bom para o meio ambiente, a competitividade e a resiliência da Europa", disse Jessika Roswall, Comissária para o Meio Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular Competitiva, em um comunicado.
Para isso, a legislação estabelecerá, pela primeira vez, requisitos de circularidade que abrangem todo o ciclo de vida dos veículos, desde seu projeto e produção até seu tratamento como resíduo, em um setor que é um dos maiores consumidores de aço, alumínio, cobre e plásticos e no qual mais de seis milhões de veículos chegam ao fim de sua vida útil na União Europeia todos os anos.
Uma das principais novidades do texto é que os carros novos devem obrigatoriamente incorporar materiais reciclados. Especificamente, pelo menos 15% do plástico usado deve ser reciclado seis anos após a entrada em vigor do regulamento, uma porcentagem que aumentará para 25% em dez anos.
Parte desse material também deve ser proveniente de carros em fim de vida útil ou de peças recuperadas, com o objetivo de reutilizar os recursos existentes e reduzir a dependência de novas matérias-primas.
O pacto também inclui a proibição da exportação para fora da UE de veículos que não estejam mais em condições de rodar, embora essa medida comece a ser aplicada cinco anos após a entrada em vigor da regulamentação.
Com isso, a UE busca reduzir o envio de carros altamente poluentes para países terceiros, bem como combater o fenômeno dos chamados "veículos desaparecidos", que saem do sistema todos os anos sem nenhum registro claro de seu destino final.
As novas regras também obrigarão os fabricantes a projetar veículos de forma a facilitar a desmontagem e a remoção de peças e componentes, bem como a arcar com os custos de coleta e tratamento de carros em fim de vida útil, reforçando assim o princípio da responsabilidade estendida do produtor em toda a UE.
Além disso, o regulamento amplia seu escopo para novas categorias, como veículos pesados, motocicletas e veículos para fins especiais, e introduz controles mais rígidos sobre a transferência de propriedade de carros usados, especialmente em transações on-line ou em casos de perda total, a fim de evitar práticas ilegais.
O acordo deve agora ser formalmente aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho antes da adoção final, e as novas regras começarão a ser aplicadas dentro de dois anos.
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