Publicado 02/07/2025 06:41

A CAF pede a "ampliação" dos bancos de desenvolvimento para tratar dos "principais problemas globais".

Archivo - Arquivo - Imagem de arquivo da sede do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
CAF - Archivo

Destaca a importância de dar à América Latina as "ferramentas" necessárias para "superar seus desafios".

SEVILLA, 2 jul. (EUROPA PRESS) -

O presidente executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), Sergio Díaz-Granados, pediu uma "ampliação" dos bancos de desenvolvimento para que possam enfrentar "coletivamente" os "grandes problemas globais" e cobrir a totalidade das necessidades de financiamento do desenvolvimento em todo o mundo.

"Atualmente, existem quase 500 bancos de desenvolvimento em todo o mundo. Estamos trabalhando na criação de um banco de desenvolvimento no Caribe para tornar essa área mais resiliente, e há cada vez mais bancos porque eles são necessários", disse ele durante um evento realizado às margens da IV Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4) em Sevilha.

Nesse sentido, ele lamentou que, no momento, "apenas 15% das necessidades de financiamento do desenvolvimento estejam cobertas". "Já se passaram 80 anos e, com tudo o que fizemos em 80 anos, só conseguimos isso. Precisamos cobrir o restante do que é necessário para o desenvolvimento, que está calibrado para 2030, e isso só será possível se expandirmos os bancos de desenvolvimento. Não um, mas todos eles", explicou.

"Temos bancos nacionais muito bons em todos os países da América Latina, e até mesmo o menor estado tem algum banco de desenvolvimento local com o qual estamos dispostos a trabalhar", disse ele, antes de enfatizar a importância de obter "melhores serviços financeiros" em termos gerais.

"Não vamos conseguir uma solução para as mudanças climáticas sem a região da América Latina e do Caribe. Temos 60% da biodiversidade concentrada em 23% do território e, se quisermos preservá-la, teremos de dar uma alternativa financeira aos países da região", disse ele.

No caso da CAF, continuou ele, o banco tem "a capacidade de receber recursos e aumentá-los". "O anúncio de financiamento que fizemos aqui em Sevilha é uma demonstração. Este ano teremos aprovado em apenas um semestre o mesmo montante de recursos que os aprovados durante todo o ano de 2024. Isso é graças à capitalização de nossos parceiros, mas certamente poderíamos fazer muito mais e ser mais eficazes", disse ele.

"Ao longo de 2024 e 2025, nos tornamos a principal fonte de financiamento para os governos da América Latina. Este ano será o terceiro ano consecutivo em que aprovamos mais recursos do que o restante dos bancos de desenvolvimento que operam na região", acrescentou.

Ele fez referência à cúpula entre a União Europeia e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que será realizada em novembro na cidade colombiana de Santa Marta: "esperamos que ela nos permita continuar a expandir esses bancos".

INVESTIMENTO E FERRAMENTAS

Díaz-Granados enfatizou a importância de garantir que a região "tenha ferramentas suficientes para enfrentar seus problemas" e destacou a importância do "investimento privado". "Queremos mais infraestrutura e acreditamos que esse é um dos pontos centrais em que temos que trabalhar. O que queremos é obter os instrumentos necessários para superar os desafios", disse ele.

Quando perguntado sobre a possibilidade de os fundos europeus para a cooperação para o desenvolvimento diminuírem devido às exigências dos Estados Unidos em relação à OTAN, ele disse que "decisões transcendentais estão sendo tomadas no momento".

No entanto, ele se mostrou otimista: "Vejo o copo meio cheio, não meio vazio, porque a maior parte do investimento na América Latina é privada, e o que queremos é atrair mais desse investimento privado europeu". Por isso, ele pediu que fossem tomadas "medidas" para "poder irradiar mais recursos para as regiões (...) e formular projetos e programas que melhorem as condições financeiras dos países".

MIGRAÇÃO

Por outro lado, ele lembrou que grande parte dos problemas globais são "coletivos" e disse que os maiores desafios na região "são demográficos". "Já estamos vendo isso em alguns de nossos países. As taxas de natalidade estão caindo, temos uma grande massa de jovens que não estudam nem trabalham e que são os mais desesperados, os que mais querem migrar", enfatizou.

Ele também abordou a questão do envelhecimento da população e a falta de pensões, "que não foram cobertas devido a anos de informalidade". "É um quadro demográfico complexo e a região precisa reter pessoas e talentos. Temos de trabalhar em fluxos de mobilidade ordenados para que as pessoas possam se deslocar de um país para outro para estudar ou trabalhar, sempre com a ideia de que podem voltar", disse ele.

"Temos um enorme desafio de emprego para os jovens, um problema que está ligado à falta de esperança. Temos 18 milhões de jovens que não estão estudando nem trabalhando. Esse é um quadro que deve chamar nossa atenção e nos levar a introduzir reformas para resolver esses desequilíbrios que a América Latina tem hoje", disse ele.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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