MADRI, 17 de novembro (EUROPA PRESS)
Um relatório do banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe CAF e do Centro TIDE da Universidade de Oxford propõe colocar a biodiversidade no centro do desenvolvimento e demonstrar que a ciência e a inovação podem estimular transformações estruturais nas economias da América Latina e do Caribe. "A receita para o crescimento econômico pode ser encontrada na própria natureza", disse a CAF.
O estudo, apresentado no âmbito da COP30 que está sendo realizada no Brasil, afirma que "a biodiversidade não deve ser vista apenas como um passivo natural a ser conservado, mas como um ativo, o recurso mais crítico disponível para a América Latina e o Caribe".
"Com esse trabalho da CAF e do centro TIDE da Universidade de Oxford, queremos cultivar uma nova perspectiva para transformar a biodiversidade em um fator de desenvolvimento e crescimento econômico", disse a gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva da CAF, Alicia Montalvo.
Amir Lebdioui, professor do Centro TIDE da Universidade de Oxford, afirmou que "o mundo em desenvolvimento abriga a maior parte da biodiversidade do planeta, que é uma vasta biblioteca de inteligência biológica construída ao longo de 3,4 bilhões de anos de evolução".
No entanto, ele lamentou que esse "patrimônio extraordinário permaneça em grande parte inexplorado para o desenvolvimento local e a inovação sustentável". "Os desafios da região em termos de inovação exigem capital paciente, gerenciamento de risco e uma visão de longo prazo, e os bancos de desenvolvimento têm um papel importante a desempenhar nesse sentido", acrescentou.
O documento descreve como ainda existem "armadilhas extrativistas" que podem manter a região presa em modelos que priorizam a exploração de recursos naturais para obter rendas de curto prazo, gerando assim "degradação ambiental, perda de capacidade produtiva e dependência de ciclos de preços voláteis".
O estudo também relata que a América Latina tem alguns dos níveis mais baixos de investimento em P&D do mundo, com uma média regional de menos de 0,6% do PIB e com mais da metade do esforço financiado exclusivamente pelo setor público, o que "limita a criação de capacidades tecnológicas e aprofunda a armadilha da renda média", como afirma a CAF. Nesse contexto, o documento enfatiza que a inovação bioinspirada oferece a maior oportunidade de transformar a biodiversidade em desenvolvimento.
"Em vez de extrair recursos, essa abordagem se baseia em aprender com as soluções da natureza para criar tecnologias e produtos mais eficientes", explicou a CAF em um comunicado.
Complementarmente à publicação, a CAF apóia o Nature's Intelligence Studio do TIDE Centre da Universidade de Oxford, também lançado durante a COP30, uma iniciativa que, conforme explicado, tem como objetivo "acelerar a identificação e o desenvolvimento de soluções bioinspiradas capazes de responder aos desafios produtivos e ambientais da região".
O documento convida os países da região a adotarem uma agenda de investimentos "paciente e transformadora", com um papel de liderança para os bancos de desenvolvimento para fornecer o financiamento necessário, fechar as lacunas de P&D, fortalecer a infraestrutura científica e promover ecossistemas de inovação capazes de converter a biodiversidade em capacidades tecnológicas, empregos de qualidade e prosperidade sustentável.
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