Publicado 04/12/2025 08:54

Bruxelas pede que a ESMA receba mais poderes para centralizar a supervisão dos mercados financeiros

Archivo - FILED - 28 de julho de 2025, Bélgica, Bruxelas: Bandeiras da União Europeia são hasteadas em frente ao edifício Berlaymont, em Bruxelas. Foto: Alicia Windzio/dpa
Alicia Windzio/dpa - Arquivo

Ele apresenta medidas para remover barreiras e simplificar a integração dos mercados da UE.

BRUXELAS, 4 dez. (EUROPA PRESS) -

A Comissão Europeia apresentou nesta quinta-feira um pacote de medidas para acelerar a "integração total" dos mercados financeiros da União, que inclui iniciativas para simplificar e eliminar barreiras regulatórias e que também inclui dar mais poderes à Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) e centralizar a supervisão dos mercados financeiros.

Bruxelas quer resolver as "inconsistências e complexidades" geradas pela fragmentação dos sistemas nacionais de supervisão, a fim de obter um controle mais eficaz e favorável das atividades transfronteiriças, razão pela qual a proposta exige a transferência de poderes de supervisão direta sobre infraestruturas como câmaras de compensação de contrapartes, depositários de valores mobiliários (CSDs), locais de negociação e prestadores de serviços de criptoativos para a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA).

Em sua proposta - que ainda deve ser negociada entre a UE-27 e o Parlamento Europeu em sua forma final - o executivo da UE adverte sobre a falta de competitividade dos mercados financeiros europeus devido à sua fragmentação e tamanho e explica, por exemplo, que em 2024, a capitalização de mercado das bolsas de valores representava 73% do PIB da UE, em comparação com 270% nos Estados Unidos.

Ele alerta, portanto, que o fato de as instituições continuarem a ter que cumprir requisitos e práticas diferentes em cada estado-membro dificulta as operações transfronteiriças e prejudica as oportunidades para cidadãos e empresas, o que tem um impacto negativo na economia e na competitividade da UE.

"A integração do mercado não é um exercício técnico, mas um imperativo político para a prosperidade e a relevância global da Europa", afirmou Maria Luís Albuquerque, Comissária para Serviços Financeiros e Poupança e Investimento da União Europeia.

A proposta também pede a remoção de barreiras regulatórias à inovação relacionada à tecnologia de registro descentralizado (DLT), com uma revisão da estrutura regulatória para dar mais flexibilidade e fortalecer a segurança jurídica para incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias no setor financeiro.

Ela também defende a criação de um "operador de mercado pan-europeu" para permitir que os operadores de locais de negociação simplifiquem as estruturas corporativas e o licenciamento em uma única entidade ou em um único formato de licença, além de simplificar a distribuição transfronteiriça de fundos de investimento na UE.

A ESMA DÁ BOAS-VINDAS À SIMPLIFICAÇÃO

Por sua vez, a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) saudou a proposta da Comissão Europeia, que representa "um passo importante para mercados de capitais da UE mais profundos e eficientes" e reflete muitas das recomendações apresentadas em 2024 pela entidade, que garantiu que está "pronta" para assumir as novas responsabilidades previstas na proposta de Bruxelas, que prevê a transferência da supervisão direta de certas infraestruturas transfronteiriças significativas e prestadores de serviços de criptoassets para a ESMA.

De modo geral, a ESMA destacou que a proposta de Bruxelas aborda diretamente a fragmentação decorrente de regras e práticas de supervisão nacionais divergentes, enfatizando que, ao remover as barreiras ao comércio e à gestão de ativos, bem como ao impulsionar uma supervisão mais harmonizada, ela ajudará os participantes do mercado a operar com mais tranquilidade no mercado único e promoverá a escalabilidade, a eficiência e melhores resultados para investidores e empresas.

Ele também destacou o forte foco na simplificação das exigências regulatórias, reduzindo os encargos administrativos e facilitando a inovação, o que melhorará a competitividade e a agilidade dos mercados de capitais da UE.

"Essa proposta representa uma mudança na supervisão de um subconjunto limitado de nossos mercados de capitais, em que a ESMA trabalharia em estreita colaboração com as Autoridades Nacionais Competentes (NCAs) para desenvolver a capacidade e o conhecimento necessários para assumir essas novas responsabilidades", disse ele.

Ao mesmo tempo, para o mercado como um todo, que permanece sob supervisão nacional, ele considera que a coordenação dos padrões de supervisão e a obtenção de resultados harmonizados em toda a UE continuam sendo uma prioridade fundamental e observa que isso seria reforçado, por exemplo, atribuindo à ESMA um papel de maior convergência para os grandes grupos de gestão de ativos transfronteiriços.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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